Laureano Medeiros Advogados

Planos de Saúde Negam Cirurgias
Os planos de saúde podem negar cirurgias?

Principais Motivos que os Planos de Saúde Negam Cirurgias

Os planos de saúde frequentemente negam o custeio de cirurgias com base em diferentes razões, como:

  • Cirurgia Fora do Rol da ANS: Alegam que o procedimento não está no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
  • Prazo de Carência: Dizem que o contrato está em período de carência e negam a cobertura.
  • Doenças Preexistentes: Argumentam que a cirurgia é necessária para tratar uma doença que o paciente já possuía antes da contratação.
  • Exclusão por Procedimento Estético: Afirmam que a cirurgia é considerada estética.
  • Negativa de Cirurgia Robótica: Dizem que não são obrigados a cobrir técnicas cirúrgicas modernas e com mais tecnologia.
  • Negativa de Materiais Cirúrgicos: Aprovam a cirurgia, mas negam os materiais indispensáveis ao procedimento, como próteses e órteses.

É possível reverter essas justificativas?

Sim! A maioria das negativas dos planos de saúde é considerada ilegal. No entanto, cada caso deve ser analisado individualmente.

Vamos entender cada um desses motivos e como contestá-los.

A Negativa “Fora do Rol da ANS”

Os planos alegam que não são obrigados a cobrir procedimentos que não constam no Rol da ANS. No entanto, há um entendimento consolidado nos tribunais de que esse rol é exemplificativo, e não taxativo.

Em outras palavras: o fato de a cirurgia não estar listada não significa que o plano não deva fornecer a cobertura.

Como contestar:

  • Laudo Médico: Apresentar um relatório detalhado do médico assistente justificando a necessidade do procedimento.
  • Ação Judicial: Se a negativa persistir, é possível ingressar com uma ação judicial para garantir a cobertura.

Carência

A carência é o período após a contratação do plano em que o beneficiário ainda não tem direito a determinados procedimentos. Para cirurgias eletivas, costuma ser de 180 dias, e para doenças preexistentes, pode chegar a 24 meses.

Exceção em Casos de Urgência ou Emergência:

  • Em situações de risco de vida ou lesão irreparável, a carência é limitada a 24 horas após a contratação.

Como contestar em casos de urgência:

  • Obter um relatório médico que ateste a urgência do procedimento.
  • Ingressar com uma ação judicial com pedido de liminar.

Doenças Preexistentes

Planos de saúde podem alegar que a doença que motiva a cirurgia é preexistente, negando a cobertura.

Como contestar:

  • Houve Má-Fé ?: A negativa só é válida se houver comprovação de que o paciente agiu de má-fé ao omitir a doença na contratação.
  • Exigência de Exames Pré-Contratuação: Se o plano não exigiu exames antes da contratação, a negativa é ilícita.
  • Jurisprudência Favorável: Os tribunais têm decidido em favor do paciente na ausência de comprovação de má-fé.

Exclusão por Procedimento Estético

Os planos de saúde costumam negar a cobertura de cirurgias consideradas estéticas, argumentando que não têm finalidade terapêutica.

Entendendo a Diferença:

  • Cirurgia Estética: Visa melhorar a aparência sem indicação médica.
  • Cirurgia Reparadora: Necessária para corrigir deformidades ou melhorar funções, ainda que tenha impacto estético.

Exemplos de cirurgias estéticas com indicação médica:

  • Mamoplastia Redutora: Quando o tamanho excessivo das mamas causa dores ou problemas posturais.
  • Ginecomastia: Correção do excesso de tecido mamário em homens, que pode causar desconforto físico e emocional.
  • Abdominoplastia Pós-Bariátrica: Remoção de excesso de pele após grande perda de peso, evitando infecções e melhorando a qualidade de vida.

Como contestar a negativa por estética:

  • Laudo Médico Detalhado: O médico deve justificar a necessidade clínica do procedimento.
  • Impacto na Saúde: Demonstrar como a cirurgia afeta a saúde física ou psicológica do paciente.
  • Jurisprudência: Há precedentes favoráveis em casos onde o procedimento estético tem indicação médica.

Negativa de Cirurgia Robótica

A recusa em cobrir cirurgias realizadas por técnicas contemporâneas, como a robótica, é comum, mas não é fundamento, a recusa é ilegal.

Como contestar:

  • Justificativa Médica: O médico deve elaborar um relatório explicando a imprescindibilidade da técnica.
  • Benefícios Clínicos: Destacar as vantagens em comparação com técnicas tradicionais.

Negativa de Materiais Cirúrgicos

A negativa de materiais indispensáveis ao procedimento, como próteses e órteses, é ilegal.

Como contestar:

  • Legislação: A lei garante a cobertura de todos os materiais necessários à cirurgia.
  • Laudo Médico: Se necessário, peça ao seu médico um relatório que destaca a imprescindibilidade dos materiais.
  • Ação Judicial: Caso haja recusa, o paciente pode recorrer ao Judiciário.

Ação Judicial contra Planos de Saúde

Em casos de negativa de cobertura, é recomendável que o paciente:

  • Busque orientação judicial antes de realizar a cirurgia, se possível.
  • Consulte um advogado especializado em direito à saúde.
  • Avalie a possibilidade de uma liminar para garantir a autorização rápida do procedimento.

Isso evita que o paciente tenha que arcar com os custos e agiliza o tratamento.

É Garantido o Sucesso em uma Ação Judicial?

Embora muitos pacientes obtenham sucesso, não há garantia absoluta de vitória. A decisão depende:

  • Das circunstâncias específicas do caso.
  • Das provas apresentadas.
  • Do profissional que o acompanha

Contar com a orientação de um advogado especializado aumenta as chances de êxito.

Conclusão

Negativas de cobertura para cirurgias por parte dos planos de saúde são uma realidade no Brasil. No entanto, é possível contestá-las, especialmente quando:

  • A cirurgia é urgente ou emergencial.
  • recomendação médica fundamentada.
  • A negativa se baseia em motivos ilegais ou abusivos.

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. Por que os Planos de Saúde Negam Cirurgias?

Os principais motivos incluem:

  • Falta de previsão do procedimento no Rol da ANS.
  • Período de carência.
  • Doenças preexistentes.
  • Exclusão por procedimento estético.
  • Recusa em cobrir técnicas cirúrgicas contemporâneas ou materiais indispensáveis.

2. O que fazer se o plano de saúde negar uma cirurgia de urgência?

  • Obter um relatório médico detalhado justificando a urgência.
  • Entrar com uma ação judicial com predido de liminar para autorização rápida.

3. O plano de saúde pode recusar a cobertura de materiais cirúrgicos?

Não. A recusa de materiais indispensáveis ao procedimento é ilegal. A lei garante a cobertura de todos os materiais necessários.

4. Como contestar a negativa por procedimento estético?

  • Apresentar um laudo médico detalhado justificando a necessidade clínica.
  • Demonstrar o impacto na saúde física ou psicológica.
  • Buscar orientação jurídica para possível ação judicial.

5. Posso entrar com uma ação judicial contra a negativa de uma cirurgia?

Sim. Com o auxílio de um advogado especializado, é possível contestar a negativa judicialmente e buscar uma decisão favorável.

Nota: Sempre consulte um profissional jurídico para obter orientação específica sobre o seu caso.